A maioria das pessoas não tem ideia do que acontece no desenvolvimento de um microprocessador ou smartphone moderno. Nem a pessoa média poderia começar a compreender todas as redes, servidores, dispositivos de armazenamento e roteadores necessários para realizar uma única operação de upload de fotos para a nuvem ou assistir a um streaming de vídeo.
O nível de complexidade necessário para projetar, gerenciar e construir esses produtos é realmente notável. No entanto, o que acho ainda mais notável é que esses milagres da tecnologia moderna foram todos sonhados e fabricados por inovadores que empurraram os limites do que a doutrina comum dizia que poderia e não poderia ser feito.
Quando eu era criança – na era das trevas – costumava ficar fascinado com a escala maciça da cidade em que morava, Nova York. Todos esses edifícios, parques, estádios, shoppings, calçadas e estradas tiveram que ser concebidos e construídos por indivíduos únicos que pudessem realmente ver o quadro geral.
Isso, para mim, era incompreensível na época. Embora você possa imaginar que eu cresci para ser um arquiteto, em certo sentido, você está certo, embora eu não tenha projetado estruturas enormes feitas de concreto, mas estruturas minúsculas feitas de silício.
Olhando para trás, posso definitivamente ver as semelhanças em termos do que é necessário para imaginar, gerenciar e construir estruturas complexas, seja isso realizado na escala enorme de uma cidade ou no nível microscópico de um chip semicondutor com bilhões de transistores .
Antigamente, sonhávamos grande. Sonhamos em construir estruturas enormes e viajar grandes distâncias em foguetes para o espaço sideral. Hoje, ainda sonhamos grande, embora inovação seja mais sobre o que podemos realizar na palma de nossas mãos e aonde podemos chegar no ciberespaço. Independentemente disso, a inovação humana é sempre sobre uma coisa: ultrapassar os limites e realizar o impossível.
Mas aqui está o problema. Não é tudo sobre o visionário ou o inventor. Esteja você desenvolvendo em uma escala enorme ou pequena, você ainda precisa de todos os tipos de indivíduos. Você precisa de designers e desenvolvedores. Você precisa de estrategistas e executores. Você precisa de especialistas em finanças e gestão de capital humano.
Como diz o velho provérbio, “É preciso uma aldeia para criar um filho”. O mesmo se aplica a qualquer empreendimento inovador ou desafiador.
E se você quiser que o resultado final seja um produto inovador que seja melhor do que qualquer outro, todos os diferentes indivíduos que desempenham papéis diferentes – a aldeia inteira, por assim dizer – precisam ter uma coisa em comum. Eles precisam ter uma mentalidade de “ultrapassar os limites e realizar o impossível”.
Essa mentalidade não acontece por si só. Não é mágica. Começa com um, dois, talvez três indivíduos, depois se propaga pela organização e é reforçado por esses fundadores ou líderes conforme a empresa cresce com o tempo. É assim que a mentalidade “ultrapasse os limites e alcance o impossível” torna-se parte da cultura da empresa.
Tendo trabalhado com incontáveis fundadores, executivos e startups ao longo de várias décadas na indústria de alta tecnologia, observei que as poucas grandes empresas que surgiram foram aquelas cujos líderes de alguma forma conseguiram construir esse tipo de mentalidade inovadora na cultura, mesmo conforme a empresa cresceu.
Sempre que ouço as pessoas reclamarem sobre os males do capitalismo e da América corporativa – como as corporações não são pessoas – eu gostaria que eles pudessem entender que não é o tamanho de uma organização que importa, mas como ela mantém uma cultura inovadora à medida que cresce.
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Se essas pessoas pudessem ver gigantes corporativos inovadores como Apple, Intel e Microsoft como eu vejo – como eu os vejo crescer desde os primeiros dias até agora – eles os veriam como vilarejos criando filhos com culturas próprias. E essas crianças são os funcionários que ultrapassam os limites e realizam o impossível, bem como os produtos milagrosos que constroem para usarmos.
É preciso muita gente para inovar. É preciso uma aldeia para ultrapassar os limites e realizar o impossível. E isso é tudo que as grandes empresas são. Aldeias com culturas próprias.
Traduzido e adaptado por equipe Autônomo Brasil
Fonte: Entrepreneur