Como liderar como uma mulher

A liderança eficaz na era moderna não gira em torno de quem pode tomar mais decisões ou mesmo as melhores. Os líderes de hoje são aqueles que podem afetar a mudança mais positiva.

Infelizmente, essa não é a cultura em que a maioria das pessoas vive. A maioria das mulheres no local de trabalho foi orientada a liderar como um homem, o que significa uma abordagem de comando e controle, enfatizando a tomada de decisão assertiva, uma abordagem racional (leia-se: sem emoção) e uma abordagem de negócios centrada no acionista.

Mas, para alcançar a vida que deseja e o sucesso que anseia, você não precisa se jogar no caldeirão do mundo dos negócios e se apresentar como mais um funcionário corporativo assimilado, pronto para fazer parte da nave-mãe.

Em 1958, Lawrence Kohlberg terminou sua dissertação sobre o que veio a ser conhecido como “estágios de desenvolvimento moral de Kohlberg”. Foi um movimento bastante pioneiro, já que a psicologia ainda não era considerada uma ciência séria e a moralidade era considerada um tema subjetivo. No entanto, Kohlberg prosseguiu em sua pesquisa e acabou sendo reconhecido como um dos psicólogos mais proeminentes da história.

Claro, como qualquer acadêmico, ele tinha seus críticos. Talvez o primeiro tenha sido seu próprio assistente de pesquisa, Carol Gilligan, que se tornou uma notável psicóloga por seus próprios méritos. Gilligan achava que a pesquisa de Kohlberg era muito estreita:

ele se concentrava quase exclusivamente em como os homens tomavam decisões e procurava os padrões em seu desenvolvimento moral. Gilligan, por outro lado, não acreditava que a moralidade das mulheres refletisse a dos homens; ela achava que eles tinham uma justificativa fundamentalmente diferente de como eles viam o comportamento ético e pesavam as decisões.

Para seu crédito, Gilligan não acreditava que um fosse superior ao outro. Ela disse que havia duas “vozes”, uma masculina e uma feminina e que, idealmente, uma pessoa ouviria ambas para realizar seu pleno potencial de desenvolvimento moral.

Então, como homens e mulheres lideram de maneira diferente?

Se você já fez um curso de economia ou negócios, teve o princípio básico de Milton Friedman martelado em sua cabeça: A única razão para fazer qualquer coisa em uma empresa é ganhar o máximo possível para seus proprietários.

Sou um investidor anjo, empresário e acionista de empresa pública. Eu sei que uma empresa tem que ter lucro. Mas, não sou tão tacanho a ponto de acreditar que os executivos devem perseguir esse objetivo excluindo tudo o mais. Eu não conseguia dormir à noite sabendo que minhas equipes, negócios e investimentos estavam prejudicando as pessoas por alguns centavos extras.

How to Lead Like a Woman
Foto: (Reprodução/Internet)

Só porque você pode usar uma fábrica exploradora na China, não significa que você deve. Só porque um governo estrangeiro não impede você de despejar lixo tóxico em seu abastecimento de água, não significa que seja uma boa ideia.

Estamos falando de acionista (também conhecido como acionista) versus parte interessada. Ao tomar decisões importantes, a abordagem masculina foca em como o resultado afeta os acionistas: os donos da empresa, divisão, departamento, projeto, etc. É uma perspectiva linear e hierárquica.

A abordagem feminina olha para a perspectiva das partes interessadas: além das pessoas que “detêm” os resultados dessa decisão, quem mais será afetado? Que outros departamentos, empresas, indivíduos, clientes e fornecedores essa decisão impactará? Isso geralmente é chamado de abordagem radial para a tomada de decisão: olhar não apenas para cima e para baixo no organograma, mas lateralmente e até mesmo fora dele completamente.

Em vez de apenas observar como as decisões afetarão as linhas do demonstrativo de resultados, você deve levar outros grupos em consideração: não apenas os acionistas, mas os funcionários, contratados, clientes, fornecedores, parceiros, comunidades e famílias.

Na mesma linha, a visão masculina da autoridade geralmente segue a estrutura hierárquica: a pessoa com mais autoridade é aquela que tem a autoridade mais explícita, ou seja, a pessoa com o maior título.

Assim, ao medir seu próprio poder ou influência, a abordagem masculina tende a vê-lo à luz de quanta autoridade reconhecida eles possuem. É um fator que explica por que títulos e cargos formais parecem ser mais importantes para os homens do que para as mulheres.

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A perspectiva feminina tende a ver a autoridade em termos de influência e reputação implícitas. Um gerente pode ser nominalmente responsável por uma iniciativa, mas será que ele é realmente o condutor por trás do projeto? Ou há alguém mais abaixo no totem que exerce mais influência sobre sua direção?

(Isso me lembra de um desenho animado que vi uma vez que perguntava: “Você quer falar com ‘o homem responsável’ ou com a mulher que sabe o que está acontecendo?”)

Assim, quando medimos nossa própria autoridade, tendemos a pensar em termos de “plataforma”: cultivamos relacionamentos e uma reputação que nos permitirá mover uma iniciativa na direção que queremos? Muitas vezes nos incomoda menos que outra pessoa esteja nominalmente no comando, contanto que possamos realizar o que nos propusemos a fazer.

Traduzido e adaptado por equipe Autônomo Brasil

Fonte: Entrepreneur