O pensamento criativo não é criado da mesma forma, e compreender diferentes maneiras de resolver problemas e fazer brainstorm pode ser a chave para uma inovação bem-sucedida. O “momento Aha”, quando uma ideia criativa vem a você em um momento de inspiração repentina, há muito tempo domina nossa noção de como as ideias criativas nascem.
Mas essa ideia é limitante, especialmente quando se trata de encontrar soluções criativas para o seu negócio. “Não existe uma receita única”, diz Arne Dietrich, neurocientista da Universidade Americana de Beirute.
Ela aponta para duas abordagens distintas para a criatividade: o momento Aha e um método mais lógico e sistemático. Eles funcionam de maneira muito diferente no cérebro, de modo que funcionários diferentes tendem a se destacar em cada um deles e precisam de circunstâncias diferentes para fazer seu melhor trabalho. Veja como reconhecer e cultivar cada tipo de criatividade em sua empresa.
O primeiro tipo, o clássico momento Aha, é o que os cientistas chamam de criatividade “de baixo para cima“. Ele depende da mente inconsciente para fazer conexões inesperadas entre idéias díspares. “É a lâmpada na parte de trás da cabeça”, diz Dietrich. “De repente [uma ideia criativa] vem até você.”
Esse tipo de criatividade acontece melhor sozinho, não em um brainstorm de grupo. “Há pressão social em um grupo”, diz Dietrich. “Você não vai trocar ideias entre as pessoas tão loucamente quanto seus neurônios dentro da privacidade de sua mente.”
Para gerar criatividade de baixo para cima em sua empresa, contrate pessoas automotivadas e deixe-as trabalhar como e onde quiserem. Por exemplo, o Google contrata pessoas específicas para operar como agentes desonestos, explorando ideias extremamente diversas que costumam ser arriscadas, mas levam a inovações inesperadas como os óculos do Google.
Você pode inspirar esse tipo de criatividade em todos na sua empresa, criando um ambiente de trabalho com muita variedade, como espaços de reunião não tradicionais, áreas de trabalho com sofás ou atividades de descanso como mesas de pingue-pongue e basquete. Conforme as ideias surgem, dê aos funcionários uma maneira de compartilhar em um wiki ou quadro comunitário que você analisa uma vez por semana ou mês.
Inovações dramáticas – as ideias criativas que são totalmente diferentes de tudo o que você fez antes – são o benefício de uma abordagem ascendente. O segundo tipo de criatividade é muito mais intencional. É chamada de criatividade “de cima para baixo” e envolve o córtex pré-frontal do cérebro para resolver um problema de forma lógica.
“Pense no córtex pré-frontal como seu sistema do Google”, diz Dietrich. “Ele executa algoritmos em sua rede neural, então o processo de encontrar uma solução é muito direcionado e lógico.”
Ao contrário do processo ascendente, em que a inspiração é espontânea e as ideias fluem sem julgamento, as ideias descendentes surgem do que você já sabe e cada uma é avaliada quanto à viabilidade. Essa abordagem é muito menos errática e extremamente eficaz quando você precisa resolver um problema deliberadamente.
A criatividade de cima para baixo floresce em um ambiente mais estruturado e tradicional, como um brainstorm em grupo em uma sala de conferências. Em vez de abraçar todas as ideias, discuta sua viabilidade e desenvolva aquelas que podem funcionar. O objetivo final deve ser claro e o processo deve ser visto como um esforço colaborativo para chegar lá.
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Você pode usar uma abordagem de cima para baixo desde o início ou empregá-la depois que muitas ideias selvagens estiverem sobre a mesa. Sempre que você o empregar, traga pensadores lógicos e criativos. Eles serão mais capazes de se aprofundar em uma solução final que seja realista e acionável.
“Os pensadores malucos inventam coisas, mas não podem necessariamente implementá-las”, diz Dietrich. “É necessário um tipo diferente de criatividade para fazer isso.”
Traduzido e adaptado por equipe Autônomo Brasil
Fonte: Entrepreneur