Empreendedorismo de mulheres negras é o mais atingido pela crise no Brasil

A pandemia vem provocando uma crise alarmante no mundo do empreendedorismo brasileiro, mas sobretudo, ela está atingindo o negócio de mulheres negras no país. De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Identidades Brasil, o segmento é o mais vulnerável aos efeitos da crise, seja em saúde financeira, em seu funcionamento em modo remoto ou ainda para obter sucesso ao solicitar um empréstimo em bancos.

Outro estudo levantado pelo Sebrae, conjuntamente com a Fundação Getúlio Vargas, corroboram esses dados e apresentam um percentual significativo de mulheres de raça negra que permanecem com os seus negócios inativos durante este período.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), essa população está suscetível ainda ao maior número de desempregos, demonstrando o quanto essas mulheres que representam quase 30% da totalidade de habitantes do país, não detém de instrumentos de políticas públicas para que possam abrir, prosseguir e ter sucesso empreendendo no Brasil.

Empreendedorismo de mulheres negras é o mais atingido pela crise no Brasil
Fonte: Reprodução/Internet

Mulheres negras empreendem para sobreviver na pandemia

A pesquisa realizada pelo Instituto Identidades Brasil (ID_BR), que ouviu por meio de um questionário digital 369 mulheres negras de 22 capitais mais o Distrito Federal, apesar de não totalmente conclusivo, infere que o empreendedorismo feminino negro vem sendo significativamente afetado pela crise econômica acarretando pelos desdobramentos da pandemia.

Pelo menos 15% das mulheres foram demitidas de seus empregos e outras 45% não conseguiram uma nova oferta de colocação no mercado de trabalho, enxergando como uma única alternativa para a sobrevivência a abertura de um negócio.

O despreparo, a ausência de planejamento e o descaso de políticas públicas centralizadas no empreendedorismo feminino negro, tornam a façanha um caminho dificultoso, principalmente quando a competitividade no ramo já vem saturada, como as áreas da moda, gastronomia e beleza.

Saúde financeira das mulheres negras e as adversidades

Mais dados do levantamento do Instituto Identidades Brasil em parceria com universidades públicas e centros de pesquisas do país, apontam que das 369 mulheres que responderam o questionário espontaneamente pela internet, 61% relataram possuir grau de ensino superior, sendo que metade desse número possui cursos de pós-graduação.

Os impactos afetam diretamente o emocional de um segmento ainda mais vulnerável da sociedade. Pelo menos 70% dessas mulheres não estão preparadas para enfrentar a crise, por não possuírem reserva financeira para sequer pensar em abrir um pequeno negócio.

Recusas e dificuldades na obtenção de crédito em bancos

Outra grande dificuldade do empreendedorismo feminino negro há pouco divulgado pelos dados da pesquisa realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas, expressam em pesquisa realizada com mais de 6.470 pequenos empresários de todos os estados do país e Distrito Federal em meados de junho, a impossibilidade de manter um negócio virtual, fazendo com que 36% das mulheres negras fechassem suas atividades de modo temporário, enquanto 58% delas que solicitaram empréstimos em instituições financeiras foram reprovadas.

Saiba mais sobre essa pesquisa clicando aqui.