Acha que longas horas de trabalho estão matando você? Tu podes estar certo.
Um novo estudo realizado por pesquisadores de Harvard e Stanford mostrou que locais de trabalho estressantes estão reduzindo anos de vida dos trabalhadores americanos, até três anos para alguns grupos socioeconômicos.
Os pesquisadores examinaram 10 estressores comuns no local de trabalho, incluindo longas horas de trabalho, ausência de acesso ao seguro saúde fornecido pelo empregador, conflito de trabalho e familiar, insegurança econômica devido a demissões e a ausência de controle do trabalho (a capacidade de controlar o que você faz no trabalho e o ritmo em que você o faz).
Esses estressores são identificados como estressores ambientais, coisas que são consequência de decisões tomadas pelos empregadores.
A boa notícia, diz Jeffrey Pfeffer, teórico de negócios e professor de comportamento organizacional na Graduate School of Business da Universidade de Stanford, coautor do estudo, é que cada um desses fatores estressantes pode ser remediados pelos proprietários de negócios.
Embora todos saibamos que existe estresse no local de trabalho, Pfeffer diz que muitos de nós não temos consciência de até que ponto o estresse no local de trabalho pode afetar nossa saúde.
“Essas coisas são tão prejudiciais para a mortalidade quanto o fumo passivo e contribuem para aproximadamente 120.000 mortes a mais por ano apenas nos Estados Unidos”, diz ele. Pfeffer diz que os empregadores precisam prestar mais atenção à maneira como seus locais de trabalho induzem o estresse e buscar formas de reduzir esses estressores a fim de melhorar a saúde dos funcionários.
Estresse de insegurança
O desemprego causado por dispensas parece ter o maior impacto na redução da expectativa de vida. “Algumas pesquisas mostram que, mesmo que você encontre outro emprego, existem alguns efeitos persistentes da insegurança econômica sobre a saúde”, diz Pfeffer.
A perda de um emprego não afeta apenas o acesso do trabalhador aos cuidados de saúde e sua capacidade de sustentar a si mesmo e à sua família, mas também afeta seu autoconceito, desencadeando uma sensação de fracasso. Pfeffer diz que as empresas costumam ser muito rápidas para demitir funcionários. “As dispensas são muito mais discricionárias do que as empresas acreditam”, diz ele.
Evitar demissões ao primeiro sinal de estresse econômico é uma medida que Pfeffer diz que as empresas podem tomar para reduzir o estresse dos funcionários e criar um ambiente de trabalho mais saudável, onde as pessoas não fiquem nervosas sempre que entrarem pela porta, pensando que este pode ser seu último dia.
Estresse não relacionado ao trabalho
O conflito trabalho-família é outra área estressante que Pfeffer diz que os empregadores podem ajudar a mitigar implementando políticas que proporcionem flexibilidade para cuidar dos idosos, crianças e entes queridos. Fornecer suporte para ajudar os funcionários a administrar suas obrigações não relacionadas ao trabalho pode reduzir o estresse no trabalho.
Permitir que os funcionários tenham a oportunidade de encontrar apoio social no trabalho é outra ótima maneira de reduzir o estresse no local de trabalho. Organizar eventos sociais e construir uma cultura forte que permita às pessoas compartilhar suas vidas pessoais é uma forma de melhorar as conexões sociais.
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Longas horas de trabalho
Pfeffer diz que as longas horas de trabalho foram outro fator importante identificado no estudo que contribuiu para o estresse no trabalho. Os empregadores podem ajudar a mitigar esse estresse, evitando funcionários sobrecarregados. Isso pode exigir uma mudança na filosofia da empresa sobre produtividade.
Recompensar longas horas de trabalho, argumenta Pfeffer, não é o mesmo que recompensar a inovação e altos níveis de produtividade. Concentrar-se nos resultados, em vez do número de horas que alguém fica conectado à mesa, é uma maneira de atenuar esse estressor comum.
Traduzido e adaptado por equipe Autônomo Brasil
Fonte: Entrepreneur