Por que as marcas precisam calar a boca e abrir os ouvidos

Tradicionalmente, a marca tem sido um fluxo de comunicação unilateral. Marcas de sucesso – da Coca-Cola à Coco Chanel – gastaram enormes somas de dinheiro criando campanhas publicitárias de ursos polares ou modelos em locais exóticos. O objetivo dessas campanhas era ditar ao público o que era legal.

E não há muito tempo (pense na era dos Mad Men) havia muito menos canais de comunicação. Todos estavam sentados lendo um dos poucos jornais ou assistindo a um punhado de estações de televisão. Como resultado, essas caras campanhas colocadas em um desses canais tinham exposição garantida. Hoje esse tipo de garantia não existe.

A ascensão da Internet e, mais importante, a onipresença do smartphone, destruiu esse sistema tradicional. O manual de publicidade expandiu-se da televisão, rádio e mídia impressa para incluir também anúncios em banner, anúncios para celular, Facebook e conteúdo de streaming, apenas para citar alguns.

Se fosse apenas uma ampliação do cardápio de opções, os construtores tradicionais de marcas estariam bem, pois seria apenas uma questão de adequar a mesma mensagem a todos esses formatos diferentes. Mas não é o caso.

O impacto do smartphone transformou o consumidor de construção de marca em suas próprias marcas: por meio de cada imagem do Instagram que ela captura, mensagem que ela envia pelo Twitter ou postagem que ela afixa no Pinterest, cada indivíduo cria uma história, uma marca sobre si para compartilhar com o mundo exterior. O que isso tem a ver com marcas tradicionais? Tudo.

O Boston Consulting Group publicou recentemente um estudo: “How Millennials are Changing Marketing Forever.” O relatório detalhou o que eles cunharam “o princípio da reciprocidade” ao escreverem: “A geração do milênio espera um relacionamento mútuo de mão dupla com as empresas e suas marcas”.

À medida que os indivíduos se tornam marcas por si próprios, a situação mudou, de modo que a geração dos smartphones espera que essas marcas que consomem se comuniquem não apenas com eles, mas também com eles.

Aqui estão as melhores notícias para os empreendedores: a comunicação bidirecional é muito menos cara do que o branding tradicional. Os canais do Facebook, Twitter, Instagram, Pinterest e Tumblr são totalmente gratuitos, e é nesses canais que ocorre essa comunicação bidirecional. O princípio da reciprocidade requer não dinheiro, mas comunicação autêntica.

Ter uma conversa com a sua comunidade é gratuito e quando bem feito (ou seja, feito com autenticidade), converte meros clientes em verdadeiros embaixadores da marca. E esses embaixadores da marca são multiplicadores poderosos de sua marca.

Nossa empresa Zady, que está trabalhando para transformar a atual indústria de vestuário prejudicial ao meio ambiente ao criar uma marca baseada nos princípios de beleza e sustentabilidade, infunde o princípio da reciprocidade em tudo o que fazemos.

Aqui está como fazemos:

1. Peça e você receberá

Percebemos que um cliente postou uma foto no Instagram de sua última embalagem Zady com seu cachorro e solicitou que Zady carregasse produtos sustentáveis ​​para seus animais de estimação. Não deixamos este comentário passar despercebido.

Why Brands Need to Shut Their Mouths and Open Their Ears
Foto: (Reprodução/Internet)

Mas queríamos testar as águas, então reprogramamos a imagem em nosso feed do Instagram e postamos no Twitter, perguntando ao nosso público que outros produtos eles estavam interessados ​​em nos ver vender. Sua empresa pode fazer o mesmo simplesmente perguntando, de preferência com alguns recursos visuais, o que as pessoas querem ver no seu site ou no seu produto.

2. Abra seus ouvidos

A reprogramação obteve uma resposta esmagadora de que as pessoas queriam produtos sustentáveis ​​para cães.

Todos querem que sua opinião seja ouvida, e você obterá respostas à pergunta, mas certifique-se de que cada pessoa se sinta ouvida. Você pode fazer isso simplesmente curtindo seus comentários ou repostando seus comentários nas contas sociais da sua empresa.

3. Reaja

Seguimos essa pergunta procurando um produto para cães estiloso, duradouro, produzido localmente e de forma sustentável. Quando colocamos o produto em nosso site e enviamos um e-mail alertando nossos clientes sobre sua chegada, nosso público estava tão envolvido que nossa primeira tiragem das peças se esgotou em poucos dias.

Claro, a chave para uma conversa bidirecional é a resposta. Você precisa tornar sua empresa flexível para seguir o que sua comunidade lhe diz.

Veja também: Como ser a marca que você sempre quis ser

Vemos exemplos como esse não apenas como bons para vendas no curto prazo, mas, o que é mais importante, eles ajudam a construir um relacionamento sustentado e de longo prazo com o cliente. Isso ajuda a converter os clientes em cruzados para sua marca: tudo isso sem gastar um centavo.

Traduzido e adaptado por equipe Autônomo Brasil

Fonte: Entrepreneur